Diogo Pires Aurélio, GOIH (1946) é professor e escritor. Licenciou-se em Filosofia na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. em 1972. Nesse mesmo ano, abandonou o País e fixou-se em Bruxelas, onde lhe foi concedido pela ONU o estatuto de refugiado político. Regressou a Portugal em 1974, e trabalhou como jornalista em diversos jornais (República, Jornal Novo, Diário de Notícias, Expresso) até 1986. Em 1979 foi nomeado Director de Informação da RDP, cargo que exerceu até 1980. Em 1983, elaborou para a INCM o projeto da revista PRELO, da qual viria a ser diretor até 1990. Retomou, entretanto, os estudos na Universidade Nova de Lisboa, pela qual se doutorou em Filosofia Moderna, com uma tese sobre a Filosofia Política de Espinosa, sob a orientação de Fernando Gil, e fez a Agregação em Filosofia Social e Política.
Entre 1982 e 2016, foi professor na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, tendo ensinado nos departamentos de Filosofia, Ciências da Comunicação e Estudos Políticos. De 2016 a 2020 foi professor catedrático na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologia, onde dirigiu a licenciatura em Ciência Política. Desde 1998, é também professor convidado no Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, onde leciona História do Pensamento Político. Foi professor visitante e conferencista em várias universidades, em Portugal e no estrangeiro.
A par das atividades académicas, Diogo Pires Aurélio desempenhou diversos cargos públicos relevantes, tais como Administrador da INCM, 1989-1995; Presidente da Comissão Nacional da UNESCO, 1998-2002; Diretor da Biblioteca Nacional, 2002-2005; Consultor para os assuntos culturais da Presidência da República, 2006-2016.
A sua obra inclui poesia, crítica literária, ensaios e estudos científicos nas áreas da Filosofia, Política, Literatura e Comunicação. Além disso, traduziu para português alguns textos clássicos de Maquiavel e Espinosa, todos eles publicados em Portugal e no Brasil. Em 2009, recebeu o Prémio de Tradução Científica e Técnica da União Latina e da Fundação para Ciência e Tecnologia, além de uma Menção Honrosa do mesmo prémio. Diretor da Coleção Clássicos da Política, publicada no Círculo de Leitores, Lisboa. O seu trabalho de investigação centra-se atualmente em alguns conceitos, tais como povo, representação, estado e soberania, assim como na relevância destes para a compreensão da política nos tempos modernos.
Em 2016, foi agraciado com o grau de Grande Oficial da Ordem do Infante Dom Henrique. No mesmo ano, o Grémio Literário promoveu uma sessão pública dedicada à sua obra.
Em 2017, assinalando a sua jubilação, foi homenageado pela FCSH, onde proferiu a «Última lição», sobre o tema «Imagens sem modelo. Figurações do povo na democracia representativa».